quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Amor e sexo na vida conjugal

A falta de atitude desgasta qualquer relacionamento
Dentre as muitas definições que arriscamos fazer sobre a palavra “amor”, nenhuma delas poderá ser eficaz se não houver o comprometimento das pessoas naquilo que lhes traz a realização mútua.

Algumas pessoas vivem seu relacionamento conjugal de maneira bastante turbulenta, com abusos, violência ou em situações de egoísmo que jamais poderiam ser estabelecidas num convívio, o qual tem como princípio o crescimento comum. Tal relacionamento, se assim permanecer, alcançará uma condição insustentável, fazendo com que um dos cônjuges opte pela separação, ainda que tenham se casado por amor.

Todavia, muitos casos de separação não acontecem somente pelas agressões sofridas por um dos cônjuges. Outras situações podem fazer com que os casais vivam a separação silenciosa, a qual facilmente poderá resultar no rompimento do compromisso conjugal ou permitir a abertura para relacionamentos paralelos, alegando que o amor e o encantamento do início tenham desaparecido entre eles.

Muito se comenta sobre a necessidade de o casal fazer o resgate do romantismo, mesmo tendo acumulado algumas dezenas de anos de vida conjugal. Mas o que eu tenho recebido como resposta é a dificuldade em recuperar tal sentimento devido às muitas “cinzas” surgidas sobre “as brasas” daquele amor que originou o casamento. Isso porque a falta de comprometimento e de atenção às outras queixas – inclusive no que diz respeito à vida sexual do casal – esvaziou-se ao longo do tempo.

 Harmonia conjugal e sexual do casal cristão

Conhecemos as responsabilidades e os compromissos que envolvem a vida conjugal, aquilo que é o prático para a manutenção do lar e da família. Dessas atividades, parece ser prioritário tanto para as esposas quanto para os maridos o cumprimento de seus afazeres estabelecidos como metas do dia, mesmo que para isso eles tenham que aplicar todo seu esforço físico. Dentro dessa dinâmica própria da vida conjugal, os casais podem deixar-se envolver pelas muitas atividades que compreendem o seu dia a dia.

Contudo, é importante para eles se lembrarem de também valorizar outras atitudes que alimentam e fazem a manutenção do amor que desejam nutrir na relação entre homem e mulher, pois, se quando eles eram apenas namorados, foram capazes de fazer todas outras coisas e ainda disponibilizar de um tempo para se prepararem para a (o) namorada (o), hoje as manifestações de carinho para com o cônjuge precisam ter o mesmo grau de importância.

Os momentos de namoro entre os casados não podem acontecer ou serem esperados apenas nas ocasiões de celebração como aniversários de casamento ou em uma viagem, tampouco podem ficar presos a dias específicos da semana.

Se as inúmeras tarefas domésticas, tanto para o marido quanto para a esposa, roubam esses momentos, talvez fosse interessante para os cônjuges incluir, naquilo que é de suas ocupações, também a vivência da intimidade como parte integrante do relacionamento.

A falta de atitude para uma mudança desgasta qualquer relacionamento e, no caso do casamento, poderá minar até mesmo o desejo em trocar beijos mais calorosos ou criar outros momentos de sedução, os quais poderiam propiciar a intimidade.

As bases para esses momentos acontecem quando lembramos que o nosso cônjuge também tem desejos íntimos e espera vivê-los com quem se casou. Vale notar que tal momento, mais que extravasar a libido, deverá ser resultado de outros gestos que ratificam uma união, na qual, seus efeitos extrapolam no tempo e no contato físico. Tudo ganha um novo significado.

Assim, para evitar as famosas escapulidas ou justificativas como o cansaço, a falta de disposição, o sono, a preguiça e a mais conhecida de todas as desculpas – a dor de cabeça – para se esquivarem da intimidade conjugal, o casal optaria por aplicar também para a vida sexual o mesmo grau de interesse com que valorizam suas outras obrigações.

É certo que o trabalho, as obrigações com a família e o lazer são importantes, contudo há uma maneira própria de cada um fazer o cônjuge se sentir sempre o “número 1” como foi em tempos de namoro.

Um abraço!
Foto Dado Moura
contato@dadomoura.com
Dado Moura é membro aliança da Comunidade Canção Nova e trabalha atualmente na Fundação João Paulo II para o Portal Canção Nova como articulista. Autor do livro Relações sadias, laços duradouros e Lidando com as crises
Outros temas do autor: www.dadomoura.com
twitter: @dadomoura
facebook: www.facebook.com/reflexoes

08/08/2013 - 08h00
Tags: amor Sexo sexualidade afetividade casamento matrimônio família casal vida conjugal lar
 

Saiba escolher entre tantas opções

Que bom! Entre tantas coisas que você tem para fazer, encontrou um tempinho de parar e ter contato com a Palavra de Deus. A leitura desse mês está no Evangelho de Lucas 10,38- 42, texto do 16º Domingo do Tempo Comum. Leia o texto, porque ele é curtinho. Você pode lê-lo várias vezes e, no silêncio, deixar que essa Palavra fecunde seu coração. Pare, agora, e escute o Senhor!

Espero que você tenha ido além da obvia pergunta: "Com qual das duas eu me pareço, Marta ou Maria?. podemos aprender com as duas. Jesus está naquela casa como visita, e todos nós fomos educados a darmos toda atenção quando chega, em casa, uma visita. Marta estava muito agitada, porque tinha muitas coisas para fazer, igualzinho a tantos de nós.


Quem centra sua vida nas coisas que precisa fazer, costuma não saber dar prioridade ao mais importante. Entre muitas coisas importantes, existem as principais, e quem não sabe organizá-las corre o sério risco de sempre exigir que os outros sejam e façam como eles. Assim como Marta, reclamam para Jesus de sua irmã Maria. Já percebeu que quem não sabe dar prioridade ao mais importante vive perdendo tempo?

Jesus ajuda Marta a perceber que, entre muitas coisas a fazermos, devemos começar por aquelas que são necessárias. Aqui, nesse Evangelho, a prioridade era ouvir a Palavra de Jesus. Parar para ouvir é a coisa mais rara na vida de alguém que, agitado pelos seus muitos afazeres, nunca pode “perder tempo” ouvindo os outros. Se você já pensou assim alguma vez, provavelmente, também vive agitado com muitas coisas e não saberá receber a visita de Jesus na sua vida.

Marta é uma mulher agitada pela quantidade de coisas para fazer. Muitos homens também são cheios de reuniões, trabalhos e atividades, que nem sobra um tempo para ouvir as pessoas de sua casa, veja lá uma visita que chegue sem hora marcada na agenda.

Agitadas por muitas preocupações, as pessoas estão perdendo a oportunidade de estarem juntas. Quando sobrar um tempo, quem sabe se lembrará de ouvir Deus, isso, é claro, se não tiver nada atrasado para ser feito!

Maria ficou aos pés de Jesus, não porque era preguiçosa ou porque estava fugindo do trabalho, provavelmente ela também estava fazendo alguma coisa; porém, quando Jesus chegou, Maria soube mudar o foco de sua atenção.

Jesus fala no Evangelho: “Maria escolheu a melhor parte”. Isso mostra que ela tinha outras opções, mas soube dar prioridade a estar com Jesus. A vida do cristão não é só oração e contemplação. Saber escolher um momento de parada só para ouvir a Deus vai, certamente, qualificando nossa ação e nos restaurando em tudo aquilo que depois precisaremos fazer.

Jesus ainda diz que a parte que Maria escolheu não lhe será tirada, e essa é uma boa dica para você investir em momentos de oração e escutar o Senhor, pois esse tesouro ninguém pode lhe tirar, a não ser você mesmo se fizer, entre tantas opções, uma escolha diferente da que Maria fez.

Encontre um tempo para ouvir Deus. Ele quer falar com você.


Padre Fabrício
Membro da Comunidade Canção Nova


“Ele enxugará toda lágrima dos seus olhos. A morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem grito, nem dor, porque as coisas anteriores passaram” (Ap 21,4).

Enfrentamos inúmeras situações em nossa história que, com ou sem a nossa autorização, acabam nos trazendo esse terrível sentimento: a decepção. Quem nunca se desencantou com alguém em quem acreditava? Quem já não esperou por realidades que não se concretizaram? Quem já não fez a experiência de não ser correspondido quando amou? A decepção é um sentimento presente na vida humana e nós precisamos aprender a bem administrá-lo.

Em algum momento de nossa história, todos nós nos decepcionamos, todos experimentamos a infelicidade de não nos sentirmos os “prediletos”. Contudo, é preciso compreender que se esse sentimento não for trabalhado e superado, poderá nos marcar com desastrosas consequências.

 O que eu faço com tanta decepção?


A decepção é um profundo veneno e, quando faz morada no coração, tende a nos roubar o entusiasmo, a alegria e o ânimo, além de nos fazer desacreditar da vida e das pessoas em geral. Ela nos leva a pensar que nossas lutas são em vão, roubando, assim, o sentido de nossos esforços e crenças. Por isso, precisamos sempre contra-atacar esse sentimento.

Antes de tudo, é preciso destruir definitivamente alguns chavões: “homem é tudo igual, não leva nenhuma mulher a sério”, “meus namoros nunca dão certo”, “eu não paro em nenhum emprego”, “o casamento é ilusão, na prática não funciona” etc. É preciso romper com a mentalidade negativista que a decepção acaba fabricando em nós.

Não é porque uma mulher viveu uma experiência dolorosa com um determinado homem, que todos eles “não prestam”. Há, sim, homens bons. Não é porque o casamento de algum conhecido (até mesmo o seu) não deu certo, que o casar-se tornou-se uma utopia irreal. Não é porque você se decepcionou uma vez, que irá se decepcionar sempre. Nem todas as pessoas são ruins e falsas.

Não temos o direito de desistir de amar pelo fato de termos vivido experiências difíceis. É preciso não se tornar escravo(a) da decepção, acreditar na vida, na família, nas pessoas, em Deus! É preciso tentar de novo, recomeçar.

Amanhã tudo poderá ser melhor, pois, a cada dia que se inicia, Deus nos dá a oportunidade de reescrever nossa história e, com Ele, poderemos dar cor e vida ao que antes era dor e ausência.

Deus é fiel e, diante das desventuras, Ele estará sempre pronto a abrir novos caminhos para que possamos recomeçar. É preciso acreditar e não parar na decepção. É preciso acreditar e não deixar a doçura presente nos dias se amargar. É preciso acreditar sempre!


(Extraído do livro: "Respostas para o jovem PHN")

Foto Padre Adriano Zandoná

Adriano Zandoná é padre e missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em Filosofia e Teologia, é articulista e apresenta o programa “Em sintonia com meu Deus” de segunda a sábado – 6h15min – pela TV Canção Nova.
http://twitter.com/peadrianozcn
http://blog.cancaonova.com/padreadrianozandona


07/08/2013 - 08h00
Tags: decepção sentimento amar alegria animo dor sofrimento acreditar recomeçar